Ciranda Escola em Barão Geraldo

Alimentação saudável e equilibrada é um dos grandes diferenciais da Ciranda

25/03/2019 Alimentação saudável e equilibrada é um dos grandes diferenciais da CirandaNutricionista da Escola explica como é desenvolvido o cardápio e a importância da parceria com a família para uma boa educação alimentar

Equilíbrio, essa é a palavra-chave no desenvolvimento do cardápio que alimenta diariamente as crianças de 0 a 8 anos na escola Ciranda. Com mais de 20 anos de existência, a escola infantil e berçário localizados em Barão Geraldo, Campinas (SP), tem como um de seus grandes diferenciais a oferta de uma alimentação saudável e balanceada aos alunos. “Sabemos que muitos dos pais de alunos que temos hoje na Ciranda optaram pela escola por conta da nossa alimentação”, explica Jacqueline Moraes, diretora pedagógica. “Temos muitos pais e mães médicos, inclusive, porque aqui na Ciranda levamos a alimentação muito a sério”, reforça.

Para a nutricionista responsável pela alimentação na Ciranda, Gabriela Alonço, graduada e especialista pela Unicamp, a alimentação da criança na escola segue uma premissa: o equilíbrio entre a variedade na oferta de alimentos e a aceitabilidade pelas crianças. “Buscamos sempre variar o cardápio, especialmente os legumes e as frutas, mas não podemos deixar de levar em conta a aceitabilidade, porque são crianças que em grande parte passam o dia inteiro na escola e precisam estar bem alimentadas”, explica. Dessa forma, a nutricionista conta que há uma variação ao longo da semana entre carne vermelha, frango e peixe e que toda quarta-feira a alimentação é sem carne, incluindo ovos ou grãos como lentilha e grão de bico como prato principal. “E na sexta-feira sempre temos uma massa”, completa.

Os lanches intermediários são compostos por uma fruta e um complemento, que geralmente são torta de legumes, bolo simples, pão de queijo, biscoito ou pãozinho, mas tudo feito na escola, nada industrializado, e com pouca gordura e pouquíssimo açúcar. No lanche também entra um suco de fruta natural. A nutricionista explica que os sucos levam pouca fruta. “É mais uma água saborizada, para incentivar a hidratação deles. Optamos por pouca fruta porque é mais saudável ingerir a fruta e não tomar o suco que concentra muito o açúcar da fruta”, explica Gabriela.

Alimentação colorida
No cardápio, a nutricionista explica que buscam um equilíbrio de cores nos alimentos, porque as cores indicam uma variedade de nutrientes no prato. “Essa é uma boa dica para os pais seguirem em casa”, diz.

Para as crianças com algum tipo de restrição alimentar, como intolerância à lactose, a profissional descreve que, na Ciranda, buscam fazer o mesmo cardápio que será oferecido no dia, mas sem aquele item, para que a criança não se sinta excluída. “Se temos um bolo de banana, então para aquela criança vamos fazer uma receita sem leite, mas com a mesma aparência”.

Já, no berçário, a alimentação dos bebês até dois anos é livre de alimentos industrializados. Também há uma preocupação com o sensorial, que auxilia na educação alimentar. “As crianças a partir de um ano podem comer com as mãos e é feita uma separação dos alimentos para que consigam diferenciar os sabores”, relata Gabriela. Depois de um ano, bolos e tortas são adoçados com passas ou tâmaras, porque o açúcar refinado só é utilizado na alimentação de crianças a partir de dois anos.

A importância do reforço dos pais
A questão da alimentação saudável é uma preocupação cada vez maior dos pais. “Temos visto que esse ponto é realmente um fator de decisão por uma escola ou outra”, afirma a diretora pedagógica da Ciranda, Jacqueline. “Por isso, tratamos o tema com muita seriedade e desenvolvemos um cardápio que há 20 anos vem sendo aperfeiçoado. É o caso da sopa como jantar diário das crianças. Muitos pais nos questionam, mas por que sopa todo dia no jantar, mesmo no verão? Nós já testamos praticamente de tudo! E a sopa é o prato que as crianças melhor aceitam, e já é algo afetivo pra elas. A nossa sopa de feijão é o prato preferido das crianças, é algo impressionante.”, explica Jacqueline.

Em relação à aceitação dos alimentos, tanto a diretora pedagógica como a nutricionista reiteram uma mensagem importante: é preciso haver uma parceria entre a escola e as famílias na educação alimentar das crianças. “Por exemplo, muitas vezes os pais nos perguntam, mas porque oferecer um bolo com açúcar? Não poderíamos excluir o açúcar da alimentação deles na escola?”, comenta Gabriela. “Na verdade, seria muito difícil, porque as crianças a partir de dois anos, em geral, já comem açúcar em casa, já têm esse paladar, então muitas coisas precisam ter um pouco de açúcar para que haja aceitabilidade. Dessa forma, é preciso haver um equilíbrio com o paladar que elas já estão habituadas. Não dá para ter uma vida em casa e uma vida totalmente diferente na escola”, explica.

A nutricionista afirma que a alimentação saudável precisa do reforço em casa. “É importante que os pais ofereçam alimentos diferentes às crianças. Variar os tipos de arroz, os tipos de feijão e suas cores, os legumes e verduras… Essa parceria com a escola é muito importante, porque se em casa é sempre oferecida salada de alface e tomate, dificilmente a criança vai comer outra salada”, explica a nutricionista.

Outra dica importante é fazer da alimentação um momento lúdico e familiar. “Decorem os pratos de vez em quando usando vegetais e cortadores especiais; levem as crianças ao mercado ou a uma horta e mostrem os alimentos in natura; façam preparações com a ajuda das crianças e contem histórias envolvendo os alimentos, utilizando a imaginação para valorizar aquele prato, porque a criança muitas vezes só precisa ser convencida”, descreve.

A profissional acrescenta: “prepare lanchinhos com filetes de cenoura e pepino e faça um molho com iogurte, sal e limão. E fale para o seu filho, olhe só, esse molhinho é mágico! É uma história associada ao alimento que já traz uma magia para esse momento”. E lembrar que não é bom obrigar a criança a comer. É preciso ter paciência, mostrar a importância, mas respeitar a saciedade da criança. “Subornar a criança com a sobremesa, ou impor castigos caso a criança não coma, não é um caminho bom”, reforça Gabriela. Na Ciranda a regra é “você não precisa comer, mas precisa experimentar”.

As crianças até os dois anos costumam aceitar tudo que é oferecido. A partir dessa idade começam a ficar mais seletivas. “É um grande desafio para os pais, mas que pode ser vencido com essas dicas de ter em casa uma alimentação saudável e momentos mais lúdicos relacionados aos alimentos, estimulando a curiosidade e a participação da criança.”, conclui Gabriela.
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